PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO
Neste post você vai descobrir:
A cultura do Brasileiro é contribuir para a Previdência Social a vida toda sem ter a mínima ideia de quanto vai ganhar de aposentadoria, e isso não parece fazer muito sentido.
Você investiria o seu dinheiro em um fundo imobiliário se não soubesse quanto ele te traria de retorno? E por qual motivo você investe na Previdência Social sem saber quanto ela vai te retornar depois de X anos trabalhados?
É por isso que eu vou te explicar porque você precisa pensar nisso com cuidado e preparar o seu futuro.
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O que é?
ORGANIZAÇÃO e PREPARAÇÃO são as palavras chaves do planejamento.
Nós sabemos que quando queremos algo bem feito precisamos planejar, certo? E com a aposentadoria não é diferente, principalmente porque não depende só de nós, o INSS é um elemento fundamental, e por isso fazer a nossa parte organizando e preparando tudo antes é tão importante.
Quanto antes e melhor você planejar mais fácil ficará conseguir a MELHOR aposentadoria.
Para você conseguir uma aposentadoria ou algum benefício é necessário completar uma série de requisitos, fazer um planejamento garante que vai preencher os requisitos certos, nem a mais nem a menos, no momento certo, evitando perder tempo e dinheiro.
Você sabia que contribuir a vida inteira sobre o teto não vai fazer você se aposentar com o teto? Parece absurdo dizer isso não é? Mas é verdade.
O valor contribuído, de forma isolada, não faz você se aposentar com o teto do INSS, porque existem outras variáveis (requisitos) que vão influenciar no cálculo.
O planejamento previdenciário é um estudo preliminar em forma de parecer jurídico, acompanhado de cálculos e projeções sobre quando você vai se aposentar, quanto será a sua aposentadoria, e o que você deve fazer até lá para garantir o MELHOR BENEFÍCIO.
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Quando fazer?
Bom, você pode planejar isso quando quiser, e quanto antes melhor, mas se eu puder recomendar uma idade te diria para começar a pensar nisso a partir dos 35 anos.
Além de ter segurança sobre o seu futuro, quando chegar a hora de fazer o pedido de aposentadoria você terá muito mais tranquilidade porque saberá que tudo foi previamente organizado e pensado para que você tenha seu pedido aprovado.
É importante eu te dizer que o planejamento vai ser feito com base nas regras atuais, então se houverem mudanças na lei, é necessário reconsultar seu advogado para saber se algo alterou tudo aquilo que vocês planejaram.
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Evitando erros
Você sabia que no ano passado (2019), o INSS negou mais da metade dos pedidos?
Até o mês de setembro eles negaram 55,8% dos pedidos, isso é uma porcentagem muito alta de indeferimento, e diante deste cenário programar a sua aposentadoria é essencial.
Com a organização dos documentos e o um estudo detalhado antes de ir até o INSS você EVITA DIVERSOS ERROS, eu vou te elencar alguns:
- Deixar períodos rurais sem a devida averbação;
- Não considerar tempo em atividade especial por falta de documentação;
- Evitar erros no seu registro perante o INSS (CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais);
- Evitar erro no cálculo da sua aposentadoria;
- Desconsiderar período de benefício por incapacidade (ex: auxílio-doença);
- Não reconhecer como tempo de contribuição períodos trabalhados sem registro em Carteira;
- Aceitar qualquer benefício, quando você tem direito a algo melhor.
Eu não esgotei a lista de erros que podem ser evitados, mas esses são os mais comuns, e saiba que apenas um deles, podem fazer seu pedido de aposentadoria “ir pelo ralo”.
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Vantagens
Além de evitar erros no pedido o planejamento da aposentadoria trás algumas vantagens:
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Contribuir com o valor correto
É possível fazer cálculos e projeções/estimativas para saber com quanto você precisa contribuir para se aposentar com determinado valor.
Em contrapartida, se você não fizer isso, pode acabar contribuindo com mais do que é possível para se aposentar bem.
Para você ter uma ideia, com a reforma da previdência o cálculo das aposentadorias e benefícios mudou significativamente, pedir um benefício sem calcular antes pode trazer algum prejuízo financeiro, e isso ninguém quer, não é mesmo?
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Evitar trabalhar mais que o necessário
Já pensou contribuir para o INSS atoa? É literalmente jogar dinheiro no lixo, porque se isso não vai alterar o valor da sua aposentadoria você poderia estar investindo o seu dinheiro em outra coisa.
Não pense que a contribuição social (o valor que a empresa ou você paga para o INSS) é um dinheiro que não faz parte do seu salário, pois além dele ser seu, está sendo investido para você.
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Evitar se aposentar antes com um benefício ruim
Eu sei que a aposentadoria é um momento esperado por todos, mas aqui a máxima “quanto antes melhor” pode te causar sérios prejuízos.
Já pensou você pedir sua aposentadoria um mês antes de completar o requisito para uma regra muito melhor? Eu vi casos assim e vou te exemplificar o que pode acontecer.
Um exemplo: dentre as várias regras que temos para as aposentadoria, existe uma que veio em 2015, é a regra dos pontos (ela sofreu algumas alterações com a reforma da previdência, mas isso é assunto para outro dia).
A pessoa fez o requerimento da aposentadoria, foi concedida e ela sacou o benefício. Tempo depois questionou o porque do valor tão baixo, e a resposta é que sobre a aposentadoria dela incidia o fator previdenciário (eu já falei dele aqui antes).
Toda fez que o fator previdenciário for menor que 1, o valor da aposentadoria reduz, e nesse caso ele era algo próximo de 0,66…
O que eu identifiquei quando fui analisar uma possibilidade de revisão foi que, se ela tivesse esperado 1 mês a mais para pedir, teria completado a regra dos pontos, que afastaria a aplicação do fator previdenciário e faria o benefício quase dobrar de valor.
Entretanto, uma vez que você aceita aquele benefício que o INSS te deu, não tem como voltar atrás, mesmo que você continue trabalho.
O STF (Supremo Tribunal Federal) já disse que a pessoa não pode se DESAPOSENTAR para conseguir outra aposentadoria, mesmo que ela tenha continuado pagando o INSS depois de aposentado, não adianta!
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A SEGURANÇA DO MELHOR BENEFÍCIO
Bom, sempre tivemos várias modalidades de aposentadoria (por tempo, idade, especial, rural) e a reforma da previdência nos trouxe pelo menos mais 8 regras de transição, o que multiplica as espécies de aposentadoria.
O leque de possibilidade para se aposentar aumentou muito pós reforma da previdência.
Quando você tem várias opções, o que você faz?
Eu analiso e escolho a melhor delas, e provavelmente você também faz isso.
Não faria sentido escolher QUALQUER aposentadoria, se você pode planejar e escolher a MELHOR delas.
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Como é feito o planejamento?
Para planejar algo precisamos levantar informações sobre o assunto, e com o planejamento não é diferente.
Na prática, precisamos:
- Analisar o CNIS;
- Identificar se existem erros nos registros de trabalho ou nas remunerações;
- Contabilizar o tempo de contribuição, e para isso considerar:
– tempo rural
– tempo em atividade especial
- Histórico de benefícios;
- Modalidades de aposentadoria;
- Regras de transição;
- Simular o valor de cada modalidade
- Benefícios não programáveis (no caso de haver dependentes – cônjuge, filhos, etc);
- Analisar o investimento feito.
Estas são algumas coisas que devem ser consideradas, mas cada situação é única, e a ideia do planejamento é justamente personalizar o estudo jurídico previdenciário para cada caso.
Não existe planejamento genérico, então o que se aplica para uma pessoa não poderá ser aplicado para outra, pois cada uma tem sua particularidade.
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Quem pode fazer o planejamento?
Procure um advogado da área previdenciária (aposentadorias e benefícios) e pergunte se ele faz o serviço de planejamento.
Por ser relativamente uma “novidade” no ramo do direito previdenciário nem todo profissional faz porque exige uma série de cuidados.
Mas depois de todas essas informações que eu te dei, você poderá perceber se o profissional irá solicitar tudo o que for necessário.
Um bom planejamento começa com uma entrevista detalhada (prepare-se para responder muitas perguntas), seguido de uma análise minuciosa de documentos. Depois disso, o profissional vai te entregar um parecer jurídico indicando qual a melhor opção pa você, acompanhado de diversos cálculos.
Além disso, é imprescindível que o profissional conheça muito a reforma da previdência, porque muito provavelmente, se você leu até aqui, é porque se encaixará em alguma delas. Eu já escrevi sobre várias regras de transição, se você procurar pela aba “aposentadoria” vai poder saber mais.
Eu espero ter conseguido te explicar o que é um PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO e a importância dele para o seu futuro.